Capitulo 2
Dia2
O concerto foi mais meia-hora do que o normal. Havia milhares de pessoas a curtirem o som deles, inclusive Cally. De vez enquanto ela via as namoradas e Claire a dançarem que nem loucas no palco. Will fez o que Cally lhe tinha pedido e cantou mais do que devia. O primeiro álbum deles era cantado por ele, mas quando Luke, o guitarrista rítmico, morreu quiseram colocar mais um membro na banda. Daí apareceu Brian, e decidiram que ele devia cantar durante o concerto todo, pois Will quando Luke morreu não o conseguiu fazer mais. De início, quando apareceu Brian a cantar nos concertos que davam na altura o público criticou muito, mas mais tarde acabaram por habituar-se e ainda hoje se vende muito o primeiro álbum deles.
Cally olhou para o relógio, eram duas da manhã e ela ainda estava no mesmo sítio. O concerto tinha acabado há mais de uma hora, mas os jornalistas e fãs decidiram não os largar hoje. A banda estava a dar uma entrevista ao mesmo tempo que os fãs lhe pediam que assinarem camisolas, cartazes, almofadas, cachecóis entre outras coisas. E graças a isso Cally tinha que estar a aguentar Claire que não parava de mandar mensagens no telemóvel. Era demasiado irritante!
-O Ivan é o melhor? – Perguntou a namorada de Ivan colocando-se à frente de Claire.
Esta última começou a ficar vermelha, Cally não sabia se era de vergonha ou de raiva.
-É o melhor… sim… ele é o mais bonito. Não leves a mal Sonya. – Respondeu muito atrapalhada Claire. Cally sorriu discretamente, aquilo ia dar em porrada. Ela era tão estúpida, tinha dito a Ivan, que Cally estava deitada ao lado do melhor rapaz da banda e agora estava a mandar mensagens para quem quer que fosse a dizer que Ivan era o mais bonito!
-Sim, mas é meu! Pensas que eu não te vi a andar em cima dele? – Sonya começou a gritar.
-Hey! – Guinchou Claire nervosa – Ele parecia gostar de mim.
Infelizmente, para Cally, apareceu Will que vinha sorridente e feliz e elas pararam com a discussão olhando para eles. Sonya foi a correr ter com Ivan e deu-lhe um beijo. Um beijo não… aquilo parecia ter fogo, Ivan ficou tão vermelho que nem conseguiu falar.
-Então? Como acharam que foi o concerto? – Perguntou Scott pegando na namorada ao colo e dando-lhe um beijo.
-Foi óptimo amor – disse a rapariga, que Cally nem se dignou a decorar o nome, nos braços dele pregando-lhe um beijo.
-Sim foi um espectáculo mesmo bom de se ver – Todas concordaram. A melhor amiga de Will não abriu o bico, não tinha nada a dizer, elas tinham dito tudo. Will sentou-se ao seu lado.
-E tu o que achaste?
Todos olharam para ela, inclusive Claire que a olhava cheia de inveja por estar ao lado dele.
-Vocês têm sete anos de banda, seis anos de concertos, quatro desde o primeiro álbum e acho que este concerto finalmente fez ver às pessoas quem vocês realmente são. – Respondeu. Pelo canto do olho, Cally viu Claire fazer uma careta, ela virou a cara para a rapariga irritante e sorriu cinicamente. Ela que continuasse e aproveitasse bem tudo o que lhe Cally lhe proporcionava hoje, porque num próximo dia, a única coisa que ela lhe fará é provocar dor. Muita dor.
-Ainda bem que achas isso. – Will estava radiante e isso via-se só pelos seus olhos que brilhavam. A banda fazia-lhe mesmo bem, apesar de tempos difíceis.
Foram todos para casa, menos Cally e Will que ainda estiveram num bar até de madrugada.
Como já era praticamente de manhã e a mãe da rapariga só estava em casa da parte da manhã, ela fez Will entrar pela janela do seu quarto. Deitaram-se e adormeceram rápido.
Dia3
Callypso acordou sozinha na cama e quando se sentou nela viu um papelinho a dizer: “Estou de baixo da cama.” Riu-se, só mesmo Will para fazer isto. Levantou-se e espreitou para baixo da minha cama.
-O que estás aí a fazer? – Perguntou.
-Ouvi os passos da tua mãe a virem em direcção ao teu quarto e decidi que era melhor esconder-me. – Explicou-se todo torcido.
-A minha mãe já te viu dormir comigo. – Ele ergueu uma sobrancelha – Primeiro deu-me na cabeça e tudo mais, mas depois logo se apercebeu que tu quando dormes aqui é como uma festa do pijama só de raparigas.
-Nem sempre é assim. – riu-se Will perversamente.
-Oh cala-te. – Passos que ecoavam pelo corredor estavam cada vez mais perto do quarto e logo de seguida alguém bateu à porta.
-Sim? – perguntou Cally fazendo voz sonolenta.
-Anda tomar o pequeno-almoço.
-Já vou. – Esperou que a minha mãe saísse do corredor que se seguia ao seu quarto e olhou novamente para Will – Queres tomar o pequeno-almoço connosco?
-Tenho que ir para casa ou o meu pai chama os amigos para virem à minha procura.
-Está bem. O meu pai deve estar quase a chegar do turno da noite, por isso se não queres deixar o teu pai a desconfiar do meu, por homicídio, acho melhor ires pela janela.
-E tu ainda me convidaste para tomar o pequeno-almoço? Agora é que eu vou embora! – falou um pouco mais alto, mas mesmo assim num tom baixo. Ao tentar levantar-se bateu com a cabeça na grade. – Au! – resmungou.
-Vou ver se ele já chegou, é melhor não saíres por enquanto. – Disse-lhe Cally. Will e Gordon, o pai de Cally, davam-se bem. Mas Will tinha receio que Gordon soubesse que por vezes ele fazia outras coisas, que não era apenas abraços, com Cally.
-Sim. – Cally estava a ir embora quando Will imite um ruido na garganta – Então e não te despedes de mim? – Perguntou ele fazendo voz de criança.
Ela olhou para ele fingindo um olhar carrancudo, mas acabou por lhe dar o beijo que ele tanto queria. Quando se afastou olhou-o.
-Nunca pensei dar um beijo debaixo da cama. Só faço feitos estranhos contigo.
Ele riu-se e Cally fui até à cozinha, o seu pai já lá estava, tinha feito o turno da noite no hospital. Gordon para além de salvar vidas no hospital e de ser um médico de renome à escala mundial – sendo chamado para vários países -, também tem o mesmo hobbie que a filha. Tal como os seus tios. Irónico, não?
-Oh, tenho que ir à casa de banho – arranjou desculpa para voltar para trás. – Se tens assim tanto medo tens que sair pela janela, não posso demorar. Até logo.
Voltou para a cozinha, não sem antes puxar o autoclismo e começou a comer as suas torradas prestando atenção à televisão. Duas pessoas tinham sido mortas na noite passada e nada, vindo da parte do assassino, tinha sido deixado para trás. Callypso Greek olhou para o seu pai pelo canto do olho e viu-o a sorrir discretamente. Ele era como ela, mas arriscava muito mais. Ele tinha padrões, apesar de os mudar por vezes, não prendia o cabelo e não se importava que as vítimas lhe tocassem. Por vezes nem limpava o local do crime. Apesar dos desleixos todos, incrivelmente, ele estava ali com ela.
O melhor amigo de Gordon era um polícia, o que assustava Cally um bocado. Polícia e pai de Will, o seu único parente visto que a sua mãe se matou. Will sempre foi um pouco sensível a mortes, mas com o passar dos anos foi-se habitando aos hábitos de Cally e agora já sabia que não podia dizer nada para lhe mudar as ideias.
Anita Greek enfiou uma torrada na boca e olhou para a televisão e ao ver as horas no canto superior esquerdo arregalou os olhos.
-Tenho que ir. – Anunciou – Cally vou organizar a festa do senhor Rick Timmons, apareces por lá? – A sua mãe organizava festas e ela ajudava-a, muito, até gostava mas por enquanto não queria fazer nada. Cally não é uma rapariga que não gosta de trabalhar, mas sente que não tem talento em nada a não ser matar.
-Mãe, tenho a semana toda ocupada. – Ao dizer isto Gordon sorriu.
-Oh, está bem… adeus.
-Quem é? – Perguntou o seu pai assim que a mulher saiu.
-Claire Stevens, não gosto dela é uma vaca. – Resmungou Callypso bebendo o seu sumo.
-E a Andrea? Porque é que a mataste?
-Apeteceu-me. – Cally encolheu os ombros e olhou-o mais seriamente. – Porque é que mataste aquelas mulheres?
-Nada de mais, meteram-se comigo. – Gordon aproximou-se fazendo uma cara ameaçadora e sem qualquer nexo – sabes que só tenho olhos para a tua mãe.
Cally e o pai estavam muito próximos e com caras sérias, o primeiro a rir foi ela. A filha de Gordon ainda tinha muito que aprender com ele.
-Adeus pai, tenho muitas coisas para fazer hoje.
-Que tipo de muitas coisas?
-Ir a um ensaio e pesquisar muito. – Sorriu-lhe.
-Deixa-me assimilar a coisa. – Pediu Cally – Tu – Ela esforçou-se para não começar a rir mas os seus olhos encheram-se de lágrimas – vais fazer uma sessão fotográfica para uma revista gay?! Eu bem disse que os gays tinham direito a isso mas pronto, não era preciso exagerares! – os seus olhos começaram a pingar e não aguentou, começou a rir que nem uma louca. Will fez uma cara muito ofendida.
-Não gozes, propuseram-me e não consegui dizer não. – Assumiu – E eles também têm direito – repetiu o que Cally tinha dito.
-Eu só acho hilariante. – disse ela tentando parar de rir. – Oh Deus! – Gritou imaginando-o nu numa revista de gays.
-Oh!, Fogo! – Resmungou Will sentando-se no sofá. Eles estavam numa espécie de sótão onde estão os instrumentos dos Not Found, eram apenas eles os dois visto que os outros estavam atrasados. Ouviu-se vozes e depois a porta abriu-se. Todos a entraram menos Brian, Will quando reparasse ia passar-se.
-Meninos – chamou cally, Will fez-lhe um olhar para não dizer nada mas ela riu-se – sabem qual é o próximo projecto do nosso querido Will? – Perguntou. Todos negaram com a cabeça e colocaram-se a postos para ensaiar. – Vai fazer uma sessão fotográfica – parou tentando aguentar o riso – para um revista gay.
Scot deixou cair uma baqueta e Ivan a sua guitarra eléctrica. Scott começou a rir-se tal como Cally se rira, e Ivan ficou mais preocupado com a guitarra, quando verificou que estava tudo bem, olhou para Will e começou a rir-se chegando ao ponto de ter que se sentar.
-A sério Will? – Guinchou Ivan.
-Obrigadinha Cally. – Ela riu-se com a má disposição dele.
-Onde é que está o Brian? – Era agora. Ivan perdeu o riso assim como Scott.
-Não sabemos, chegámos atrasados porque estivemos à procura dele, mas nada.
Cally olhou para Will, ele estava fulo. Levantando-se agarrou na sua guitarra.
-Ponham-se em posições, vamos começar sem ele.
Callypso achou fantástico o facto de eles estarem a ensaiar sem Brian, o que no fundo queria dizer que Will estava a cantar todas as músicas. Quando acabou despediu-se de todos os membros presentes e foi embora começar a sua pesquisa.
Dia 10
-Cada vez me facilitas mais a coisas – Cally deu por ela a murmurar enquanto pegava nos seus binóculos e olhava para a janela do quarto de Claire. Ela vivia numa mansão, sozinha e no meio do nada. Tinha dinheiro, mas era uma solitária e ainda por cima vivia numa zona sem povoação. Ela sabia a sua rotina toda, acordava por volta das dez, ia correr até ao parque, voltava para casa e ia trabalhar numa loja de roupa até às seis da tarde. Voltava a casa comia algo, dia-sim-dia-não ia ao ginásio, caso contrário estava com uma amiga toda ranhosa ou em casa a ver televisão. Era incrível apesar de se fazer e se achar superior só tinha uma amiga? Cally esteve sete dias a pesquisa-la e só encontrou essa amiga.
Era hoje. A menina Claire ia aprender a não falar mal dos outros pelas costas e muito menos fazer-se de superior. A assassina já tinha ligado a Will para a vir buscar e em dentro de uma hora ele estaria por perto. Cally escondeu uma das suas facas nas costas com cuidado e tocou à campainha. Claire abriu e ao ver a suposta cabra que a imitava ficou desapontada.
-Olá. – Sorriu-lhe Cally olhando-a nos olhos. Cally tentou fazer Claire pensar que ela era ingénua, era fácil faze-lo, todas as pessoas pensavam que ela o era.
-Tens que ser muito burra. Será que ainda não compreendeste que eu não gosto de ti. – Callypso esperava seriamente que o seu “eu não gosto de ti” tenha sido totalmente hétero.
-Não. Por acaso até tenho um Q.I. fora do comum. Podes ver todas as minhas notas, até já apareci no jornal. Havia letras grandes a dizer: “Menina-prodígio.” – Cally não estava a mentir, até estava a ser bastante sincera com o futuro corpo.
-Não me parece. – Como viu que não a ia convidar a entrar descalçou-se e entrou sem a autorização de Claire. Ela olhou-a como se Cally fosse uma descarada, o que na verdade era, e fechou a porta – O que queres?
Ela não respondeu e sem ela notar retirou a faca das suas costas.
-Tens alguma empregada? É que me apetecia mesmo uma limonada. – Disse-lhe Cally rimando e rindo-se de seguida.
-Não tenho e não te vou fazer nada. – Apesar de até em casa dela, Cally ter entrado para confirmar se tinha algum tipo de vigilância, fê-lo de noite e normalmente as empregadas domésticas à noite não trabalham.
-Óptimo – Ainda com uma mão atrás das costas foi para a zona da porta para que ela não fugisse. Os olhos de Claire quando bateram com os dela emanaram incompreensão e bem no fundo, algum medo.
-O que queres? – Perguntou-lhe. Callypso sorriu-lhe como lhe sorrira antes
-Devias ter visto bem se eu estava a dormir antes de me chamar cabra.
-E o que me vais fazer por causa disso?
-Matar-te – disse de uma forma assustadora e riu-se, fazendo de conta que estava a brincar.
-Que brincadeira Claire, tens muita piada tu. Vai lá ter com o Will, só ele é que te consegue aturar.
-Mentira – disse-lhe Cally com uma voz completamente despromovida de sentimentos – E quem disse que o que eu estava a fazer era a brincar? – Perguntou mostrando-lhe a faca. Continuou a sorrir-lhe enquanto via os seus olhos abrirem-se cada vez mais por causa do horror que começava a sentir. Cally deu um passo na direcção da rapariga que ficou quieta. Estava petrificada.
-És uma psicopata. – Murmurou ainda sem se conseguir mexer. – Oh meu deus. – Gritou
Deu mais dois passos ficando à sua frente.
-Rápido ou doloroso? Sei fazer das duas maneiras. – Claire engoliu a seco.
-Deixa-me em paz. – Pediu. Cally não conseguiu conter o riso.
-Sem dor mas comprido, Okay. – Assentiu ignorando-a. Num movimento tão rápido que ela nem teve tempo de fugir Cally rasgou-lhe o pescoço cortando-lhe a jugular. Ela não caiu logo agarrou-se ao pescoço tentando parar a hemorragia. Callypso afastou-se para que ela não a contaminasse com sangue.
-Escusas de tentar fazer parar. Rasguei-te a jugular, mesmo que te tentem coser morres em minutos.
Os seus olhos encheram-se de lágrimas e Cally percebeu o que o seu olhar perguntava: porquê?
-A cabra tornou-se o pastor e o pastor em cabra. E agora quem é a cabra? – Perguntou gritando. – Quem é que te imita na roupa sua… - ela nem se dignou a sujar a sua boca com nomes para ela. Olhou para a roupa da vitima, tinha um casaco de malha cor-de-rosa e umas calças brancas, assim como a sua t-shirt. Claire começou a chorar e deitou-se no chão já encharcado de sangue. Cally tinha que admitir que estava surpreendida, ela não tinha gritado muito como algumas pessoas faziam. – Hasta la vista, cabra. – Disse-lhe saindo e colocando a faca num saco de plástico que tinha na mala. Calçou as sapatilhas e foi andando para o cruzamento onde tinha combinado com Will.
A minha forma de escrever está estranha, é na terceira pessoa mas parece que está na primeira, não sei o que se passa :s
Falem com as personagens :o
btw, estou contente porque vocês estão a aderir bem a isto ^^
Obrigada
Btw, se virem o nome Gerald, ignorem!