Olá!! Sim, venho atrasada, mas não deu para postar mais cedo.
Este capitulo desvendei um pouco da vida do Damien, por isso é que o capitulo se chama assim, e o actor que o caracteriza é o xavier samuel (tinha que ser, é o meu fofinho ahah)
3. Damien
3.1 Margaret
Damien fez-me sentar no sofá da sala, sala essa, que era grande de mais para o meu alcance visual, enquanto ele saiu com Gui fazer algo que não me disse. Conheci Rose, uma empregada muito simpática e devia ser a primeira pessoa que realmente gostava do seu trabalho. Era baixinha, como eu, tinha um sorriso encantador que me fazia lembrar a minha mãe e uma cabeleira loura apanhada com um elástico preto. Estava vestida a rigor, como aquelas empregadas do século passado mas não se queixava muito pelo contrário.
-Quem mais vive aqui? – Perguntei curiosa, a casa era estranhamente grande para apenas quatro pessoas. Rose sorriu e olhou para os lados sentando-se ao meu lado.
-O pai e a mãe dos meninos, a bonita Amy e o Raphael que são irmãos do Gui e Damien. – Fui assentindo enquanto ela me enumerava e sorri-lhe.
-A casa parecia demasiado grande só para vocês. – Expliquei a minha curiosidade e olhei para a minha televisão ligada que dava desenhos animados, este gesto fez Rose levantar-se e eu olhei para ela.
-Tens trabalho para fazer? – Perguntei mordendo o lábio com medo que a esteja a empatar.
-Trabalho aqui é o que não falta menina – olhei para ela espantada por me ter tratado por “menina”.
-Eu não disse o meu nome? Chamo-me Margaret. Eu não sou de modo nenhum tua patroa Rose, até porque eu trato-te porque se eu te trato por tu, tu também me tens que tratar por tu. – Sorri e ela riu-se assentindo.
-Está bem, mas agora tenho que ir trabalhar – disse acabando a frase com um suspiro e com uma vénia saiu. Fiquei a olhar para ela enquanto saía, se Rose era assim tão reservada nem sequer queria pensar nos pais de Gui. Aquela roupa, aquela vénia; era tudo tão antiquado, porém, isso contrastava com a casa que era bastante moderna, com todos os equipamentos da última geração.
-Margaret – ouvi atrás de mim o que me fez virar com cuidado por causa do meu ombro e das minhas costas. Era Damien. Apenas olhei para ele para perceber o que queria. – eu e o Gui achámos que devias ficar cá até os meus pais chegarem – anunciou sentando-se ao meu lado – mas isto não é obrigatório, se quiseres ir ter com a tua avó… - não ouvi mais nada. A minha avó, tinha-me esquecido dela por causa destes problemas todos com o nevoeiro, com o Ryan e com as minhas feridas. As feridas! Quando ela me visse com estas feridas ia ficar escandalizada e provavelmente muito preocupada. Damien encontrou o meu olhar e deve ter percebido que estava a ficar aflita com isto tudo. – Calma, já percebi que queres ir ter com ela, mas… - ele suspirou – é pedir muito que venhas cá todos os dias?
-Já fizeste as análises? – Perguntei não ligando muito ao seu pedido. Ele endireitou-se no sofá como se não estivesse à espera daquilo.
-Não. – e não vai fazer – o Gui e eu concordámos que como não senti nada de errado não valia a pena...
-Claro – respondi-lhe – então porque é que eu tenho que as fazer? – Ele abriu a boca para falar mas acabou por não dizer nada.
-Não podemos esconder-te. – Assenti com a cabeça levantando-me.
- Vou vestir-me – depois parei fazendo figura de estúpida, pois não tinha roupa. Gui entrou na sala e deve-me ter ouvido.
- Anda comigo, podes usar a roupa da Amy – oh não, mais cor-de-rosa. Não consegui conter a minha cara de enjoada e Gui riu-se. – Ela tem outras cores. – Acabei por concordar e Gui voltou-me a mostrar o caminho para o quarto de Amy pois aquela casa era um labirinto. Quando voltei a ver aquele ambiente cor-de-rosa e branco entrei nele olhando para o quarto-com-roupa.
-Podes usar o que quiseres – disse. Enquanto eu escolhia ficou a olhar curioso para mim. -Não devias falar assim para o Damien – aconselhou-me fazendo-me olhar para ele enquanto pegava numa camisola de gola alta preta com rendinhas e muito fininha, olhei para a janela e continuava a nevar, mas aquilo com um casaco devia agasalhar-me.
-Porquê? – Perguntei entretida e ele sentou-se na cama.
-Porque o Damien faz questão de tratar os outros como o tratam a ele, ainda por cima ele engraçou contigo, se o tratares mal ele não te trata só a ti mal, trata a todos. – Olhei para ele fazendo uma cara de incompreensão.
-Isso é a coisa mais estranha que já ouvi sobre a personalidade de alguém e eu não o ando a tratar mal, só… - corei – respondi-lhe mal porque não gostei que ele fosse “ilibado” e eu tivesse que fazer as análises e ser rato de laboratório. – Quando Damien me disse que as tínhamos que fazer por estarmos bem e não nos termos qualquer sintoma, eu senti-me mais descansada e protegida, pois assim não estava sozinha, agora, quando ele disse aquilo era só assim que eu me sentia, sozinha. Sem o Ryan, sem a minha avó, sem a minha mãe e até sem ele.
-Claro, só te disse isto para teres cuidado, porque o Ryan desde que veio da guerra – olhei para ele largando todas as roupas que tinha na mão e Gui olhou-me surpreso pela minha reacção.
-Guerra? Mas quantos anos é que ele tem? – Perguntei
-Vinte. – Apenas mais três que eu, como é que ele pode ter estado na Guerra? Queria perguntar-lhe, mas estava estupefacta e as palavras estavam presas na minha garganta. – Existem coisas complicadas… - ele hesitou e olhou para a porta – mal fez dezoito anos mandaram-no logo para os treinos e aos dezanove foi para fora. O meu pai chegou a tempo – ele engoliu em seco e percebi que havia mais história por trás que ele não me ia contar. Deixava-me ainda mais curiosa, mas também não sabia se queria saber, era demasiado pessoal para a família – conseguiu tira-lo de lá vivo e ele agora está cá.
-Com medo que o chamem novamente? – Acabei por perguntar e Gui assentiu com a cabeça.
-Eu e ele andamos sempre às turras, eu zango-me com ele, ele comigo, mas nós somos irmãos e conhecemo-nos há algum tempo, agora vocês os dois, precisas de cuidado se não quiseres que ele dê uma amizade por esquecida. – apenas assenti com a cabeça e olhei para a roupa no chão decidindo que a ia vestir. Era a camisola de rendas, um casaco branco e umas calças de ganga, as únicas. Gui saiu para eu me vestir e disse que estaria na sala de estar com Damien. Vesti tudo e percebi que era mais magra que a rapariga que as vestia, não conseguia perceber como porque havia uma fotografia dela na entrada do quarto, que eu não tinha reparado quando entrei pela primeira vez, e ela já era bastante magra.
Voltei as descer as escadas e fui para a sala de estar vendo Gui a jogar um jogo qualquer de guerra na playstation3 enquanto Damien ficava a olhar, por vezes parecia divertido, nas outras vezes parecia um bocado mais sério. Quando deram por mim, Damien virou a cara olhando-me.
-Queres que te leve à porta? – Perguntou-me deixando-me ficar a olhar para ele sem saber o que dizer. Gui deu-lhe um empurrãozinho e depois olhou para mim com uma cara de: eu avisei-te.
-Hm… Não – Disse virando costas e ouvindo um borburinho de uma discussão. Ao abrir a porta mordi o lábio deixando-me ficar lá durante uns minutos. Nem sequer sabia onde é que estava, nem sabia para onde me dirigir, mas o meu orgulho era demasiado forte para me fazer voltar atrás.
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