Segunda-feira, 5 de Setembro de 2011

Capitulo 8 de Pride - Not found

Okay, estou tão nervosa que sou capaz de começar a chorar mesmo agora. Tenham atenção ao capítulo, sim?

 

Capitulo8 – Dia 20.

 

 

Parte I

 

Cally olhou para a psicóloga.
            - Porque é que mudaste de assunto? – Perguntou não a percebendo. Helen sorriu colocando a chávena de café em cima da mesa e foi sentar-se à sua frente. Cally sabia que aquilo era como se estivessem a regredir, uma psicóloga à frente de um paciente era isso, andar para trás.
            - Não mudei de assunto. O assunto que te trás aqui é “O que é que eu estou exactamente aqui a fazer?” Eu estou apenas a fazer-te perceber, porque sinceramente, eu já te percebi mal tu entraste e disseste que eras uma assassina – disse-lhe Helen cada vez se inclinando mais. – Conta-me Cally.
Cally levantou-se do sofá e foi até à porta para depois voltar. Estava a sentir algo no fundo do estômago como se fosse vomitar a qualquer momento.
            - Sabes que nós aqui não tratamos temas fáceis.   
            - A minha família até aos meus catorze anos foi sempre: eu, o meu pai, a minha mãe e o meu… - Cally respirou fundo tentando acalmar-se – o meu irmão.
            - Porque te custa tanto falar sobre ele? – Perguntou-lhe Helen. Cally levou as mãos à cara e esfregou os olhos pois eles ardiam.
            - Éramos gémeos e ele morreu. – A psicóloga esperou por mais detalhes, que ela não lhe queria dar porque os seus olhos já estavam cheios de água e se ela continuasse não conseguiria parar.
            - Podes chorar. Isso não quer dizer que não sejas forte.
Cally abanou a cabeça, ela sabia disso mas não queria. Não chorava à anos e aquilo era uma prova que tinha recuperado... achava ela.
            - Como é que ele morreu? - Os olhos dela já estavam vermelhos de tentar suportar as lágrimas e com aquela pergunta uma caiu, ao qual ela limpou de imediato. – Cally, diz-me – pediu a voz confortável de Helen.
            - Foi morto – respondeu ela com uma voz fina tentando controlar a respiração.
            - Sabes por quem? – Os olhos de Helen estavam a ficar insuportáveis por trazerem tanta preocupação. Cally assentiu. – Quem foi?
Com aquela pergunta o resto das lágrimas apenas caíram e um grito fininho saiu da sua garganta originando vários soluços. Ela levou a mão à cara tentando parar mas não conseguiu.

 

Parte II

 

Cally tentou trepar a árvore alta do seu jardim, lá em cima estava uma casa de madeira. Ela apenas conseguia subi-la com a ajuda de Luke, mas ele hoje não estava lá. Preocupada entrou em casa.
            -Luke? – A voz dela fez-se ouvir em toda a casa, mas ele não respondeu.- Luke?
Foi pequeno, mas mesmo assim tinha sido um barulho e tinha vindo da garagem, que era subterrânea. Como as patas de uma leoa Cally desceu bem devagar e sem fazer qualquer barulho as escadas que a levavam lá.
            -Luke, tu tens que aprender. – A voz do pai de Cally era severa, tão severa como nunca tinha sido para ela.
            -Pai! Eu já disse que não vou aprender, muito menos fazê-lo – Luke quase gritou, mas por alguma razão faltou o quase. Ele parecia estar com medo e irritado ao mesmo tempo.
Depois de descer as escadas, havia umas grades e à frente prateleiras com calçado e materiais velhos. Cally deixou-se ficar lá bem atrás, algo lhe dizia que era o melhor.
            -Tens que o fazer! – Exclamou Gordon.
            -Não!
            -Ouve Lucas,- quando Gordon o tratava por Lucas era mau sinal - não podes ser meu filho sem fazeres o que te pedi – Ralhou. Era uma voz tão sem… sem nada, simplesmente vazia de sentimentos. Não era uma voz que se devia dar a um filho. Luke olhou para trás do ombro do pai e viu-a, mas não disse nada. Os seus olhos tinham uma camada brilhante e rapidamente começaram a cair as lágrimas.
            -Por favor pai – Implorou Luke.
            -Não e agora… és um homem Lucas! Um homem, porta-te como tal e não chores como a tua irmã! – Ralhou bem alto. Cally também já estava a chorar silenciosamente.
            -Eu não vou fazê-lo. Nem morto! – Gritou Luke bem alto. Cally mordeu a mão para não fazer barulho ou soluçar. Quando era pequena e os pais discutiam, ela ficava sempre escondida como estava agora, mas agora a discussão era com o irmão e ela sentia que algo de mau ia acontecer.
            -Nem morto… - suspirou Gordon – NEM MORTO, não é? – Gritou. – Muito bem. – Cally não sabe de onde veio, mas Gordon atingiu o filho na cabeça com algo que parecia pesado e grande deixando-o inconsciente e a sangrar da cabeça. – Pois, talvez tenhas razão, nem morto… - Gordon parecia louco, andava de um lado para o outro e tinha os olhos muito abertos. Cally estava em choque, não chorava, não mordia, apenas olhava para o irmão e para o sangue que em vez de estar a circular dentro de si caia para o chão em forma de pingos vermelhos.
            -Boa, como é que vou explicar isto? – Perguntava-se a si próprio Gordon, até que olhou para o portão da garagem que estava aberto e, felizmente para o pai de Cally dava para as traseiras, onde eles tinham um jardim enorme com uma piscina. Gordon pegou no em Lucas Greek e levou-o para de baixo do cesto de basquetebol, mais tarde, fez força para este cair dando a entender que foi um acidente. Que o irmão tinha morrido por causa do cesto lhe ter caído em cima.
            Era nestes casos que Cally detestava ter pais ricos que pudessem fazer casas enormes e muros à sua volta com três metros para que os vizinhos não vissem nada. Pais que conseguissem pagar paredes que não deixavam passar qualquer som. Pais que conseguiam manipular qualquer pessoa só com dinheiro.
            Cally quis gritar pelo irmão morto, mas não valia a pena. Agora ele estava morto e Gordon queria-a a ela. Subiu rapidamente para o quarto e limpou a cara colocando alguma maquilhagem visto que estava uma lástima. Passados, talvez vinte minutos, quando teve tempo de limpar o chão da garagem e colocar lá o carro para disfarçar, Gordon veio ter com ela numa choradeira forçada e levou-a até ao corpo do irmão. Nenhum deles se aproximou, apenas ficaram a ver.
            -Tu aproximaste-te dele – acusou Cally olhando para a roupa de sangue.
            -Sim… - murmurou fingindo-se mal.
Anita apareceu nesse instante e começou numa berraria histérica, chamou uma ambulância e foi nela. Levaram-no para um hospital que ela nem chegou a saber qual era, não valia a pena, ele estava morto. A mãe de Cally apenas voltou para casa no dia seguinte, Gordon não a tentou tirar do hospital, dizia que ela estava no seu direito, que só se queria despedir. Quando ela voltou disse muito calmamente e com uma cara muito pacífica. 
            -Nós vamos superar isto, querida.- Nos meses seguintes ela apenas se afundou em comprimidos e não parava em casa um segundo, andava sempre a trabalhar.
A partir desse dia, Cally não voltou a conseguir subir a casa da árvore.

 

Parte II

 

Cally abriu os olhos muito rapidamente. Will olhava-a com alguma curiosidade. Ela decidiu que hoje dormia com Will para o caso de ele se sentir mal, mas a verdade era que não se queria confrontar com o pai.
                -Estavas quieta – afirmou assim que a viu acordada. Cally sentou-se na cama com vontade de vomitar. Olhou para o relógio que marcava as cinco horas exactas da manhã.
                -Estava a sonhar Will. – Afirmou enjoada.
                -Não. Tu quando estás a sonhar moveste graciosamente pela cama. Nunca paras quieta, mas mexeste-te muito calmamente e por vezes esboças um sorriso. – Will para estar a falar tão bem devia estar ainda meio a dormir. – Quando estás a ter o pesadelo, – continuou dando enfâse à palavra - o teu medo é tanto que te pára os músculos e simplesmente ficas quieta, as tuas sobrancelhas juntam-se e quase que consigo ver os teus olhos a andar de um lado para o outro. – Will fez uma pausa para olhar para ela e aproximou-se colocando uma mão na sua cara pálida. Ela hoje estava tão estranha, parecia cansada. – Porque é que sonhaste com ele? – Perguntou. Will sabia que ela só tinha um pesadelo, agora, eram raras a vezes, mas quando acontecia era sempre o mesmo.

Parte I

                -O teu pai… matou-o. – Helen estava chocada, mas tentava a todo o custo não o estar, seria pior para Cally que estava em mau estado – Tu viste tudo… - Mas não conseguia...
                -Eu vi tudo. – repetiu Cally não se sentindo tão tremula. – Vem tudo desde o meu bisavô… vem de família e o meu irmão não quis. Já viste bem a loucura? – perguntou ela com a voz rouca – Matou o filho por ele não querer matar.
                -E esqueceste-te? – Depois de um longo silêncio da parte de Helen, ela finalmente decidiu falar. Tinha a voz calma e segura.
                -Da morte dele? – Perguntou Cally confusa, é claro que não se tinha esquecido da morte do irmão gémeo. Mas, evitava ao máximo pensar nele, passar pelo quarto dele, passar pela garagem, olhar para a árvore. Só de pensar nele o seu peito parecia que ia rebentar e os olhos ficavam logo inundados de lágrimas.
                -Sim da morte dele, o teu pai matou-o e tu continuas a idolatra-lo. – A voz de Helen continha um pouco de raiva fazendo Cally olha-la duramente.
                -Eu não me esqueci. Mas ele é meu pai. O que devo fazer?

 

 

Este capítulo está um pouco confuso, por isso dividi-o por partes.
É a parte I e depois a parte IIOu seja, foi a sessão da psicóloga e depois é que foi o pesadelo e a conversa com o Will.

 

Olhem para as horas, só vos vou avisar hoje à tarde x)

 

Eu quero muitos comentários, o número vai subir!

 

publicado por Cate J. às 02:26
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De Felícia a 5 de Setembro de 2011 às 13:59
E porque é que só hoje é que me avisas? Das outras vezes não? :(

Olha, olhos ardem-me sabes? E sabes o que isso significa, certo? Caraças, eu assustei-me, pensei que tinha sido ela, sem querer, ou assim... Amei


De Annie a 5 de Setembro de 2011 às 14:05
houve um tempo em que eu pensei que fosse ela que o tinha matado. Eu odeio o pai deles, a sério.
Amei


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De
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